SANTA MARIA, MÃE DE CRISTO E MÃE DA IGREJA, QUE COM O TÍTULO DA VOSSA GLORIOSA ASSUNÇÃO SOIS A BENDITA PADROEIRA DA DIOCESE DO PORTO
Nós Vos consagramos a Missão 2010, pois só convosco a conseguiremos realizar, ó Cheia de Graça. Foi em Vós que a graça divina renovou o mundo, pela incarnação de Cristo, novo Adão, humanidade refeita e concluída na filiação divina. Por isso, é como Vós que O devemos acolher e é como Vós que O devemos apresentar aos nossos contemporâneos. Assim que O concebestes por graça do Espírito e aceitação vossa, logo O levastes a Isabel, em cujo ventre João Baptista representava toda a expectativa do povo antigo. E, ao Menino que de Vós nasceu, logo O apresentastes aos pastores e aos magos, assim correspondendo às esperanças dos pobres e às buscas dos sábios. Anos depois O reencontrastes no templo, para ouvirdes d’Ele aquelas palavras imensas que guardastes no coração. Na hora da Cruz O acompanhastes também, aí nos recebendo a todos como filhos, naquele discípulo que Jesus Vos confiou. No Pentecostes do Espírito lá estáveis no Cenáculo, inaugurando a missão que agora queremos prolongar. Pela vossa gloriosa Assunção, ó Senhora nossa, participais inteiramente da ressurreição de Cristo, com Ele nos impelindo ao anúncio do Evangelho. Em Caná da Galileia, quando perigavam a convivência e a alegria, enviastes-nos ao vosso Filho, com palavras que perduram sempre: “Fazei o que Ele vos disser!”.
Inspirai-nos agora, ó Sede da Sabedoria, para sabermos em cada comunidade cristã e na Diocese toda discernir pela Palavra de Deus e na oração persistente a acção oportuna e maneira certa, para que a vida se reencontre e alargue, em partilha e festa.
Convosco, Senhora da Assunção, a Diocese do Porto concluirá a primeira década deste século. Convosco continuará a viver e a trabalhar, na missão permanente que Cristo nos confia. Em cada um dos nossos templos figurais sempre Vós, com as inúmeras invocações que a piedade cristã Vos atribuiu, como é próprio da ternura filial e da Vossa inesgotável verdade. – Estai então connosco, para que a luz e a caridade do vosso Filho, em vós inteiramente manifestadas, rebrilhem nas nossas comunidades e famílias, para chegarem mais longe e mais profundamente à sociedade inteira. Fazei-nos cumprir a vontade de Deus Pai, como Vos foi revelada: acolher a Cristo e levá-Lo a todos, com a graça e a força do Espírito. Fazei-nos participar do vosso “sim”. Sim a Deus, no cumprimento dos seus desígnios para o tempo presente. Sim aos outros, oferecendo-lhes Cristo, palavra de esperança, dádiva de paz e vida do mundo.
Ámen!
Já está tudo delineado para o tapete do próximo Sábado,23 de Maio, para a procissão em honra de Nossa Senhora de Fátima. Ontem no nosso encontro semanal estivemos a observar e projectar "in loco" os pontos base e críticos do tapete, tendo chegado a bom porto com as ideias apresentadas. Agora é aguardar a chegada de Sábado e Trabalhar.
Sábado 30 de Maio - Vigília de Pentecostes
Este ano não iremos participar na Vigília de Pentecostes, mas deixamos aqui o programa da mesma tal como vem na página do Secretariado.
Em ano de sentir a esperança, a nossa vigília de Pentecostes terá como fio condutor e inspirador um semáforo.
Por isso mesmo, pede-se a cada grupo que traga a base do semáforo respeitando as indicações.
O semáforo será transportado entre os três locais da Vigília pelo que devem contemplar um mastro que o suporte (um simples pau ou algo mais robusto dependendo do material em que for feita a base do semáforo).
A chegada ao local da Vigília (igreja do Candal) deverá ocorrer às 20:30 de forma a serem dadas todas as indicações necessárias ao bom desenrolar da Vigília que terminará por volta das 23:30 na Sé Catedral.
Domingo 31 de Maio, das 15h às 16h teremos Oração da Cadeia Diocesana de Oração pelas Vocações Sacerdotais na Igreja Paroquial.
Queridos irmãos e irmãs!
A catequese de hoje será dedicada à experiência que São Paulo teve no caminho de Damasco e portanto ao que comumente se chama a sua conversão. Precisamente no caminho de Damasco, nos primeiros anos 30 do século I, e depois de um período no qual tinha perseguido a Igreja, verificou-se o momento decisivo da vida de Paulo. Sobre ele muito foi escrito e naturalmente sob diversos pontos de vista. O que é certo é que ali aconteceu uma mudança, aliás, uma inversão de perspectiva. Então ele, inesperadamente, começou a considerar "perda" e "esterco" tudo o que antes constituía para ele o máximo ideal, quase a razão de ser da sua existência (cf. Fl 3, 7-8). O que tinha acontecido?
Em relação a isto temos dois tipos de fontes.
O primeiro tipo, o mais conhecido, são as narrações pela mão de Lucas, que por três vezes narra o acontecimento nos Actos dos Apóstolos (cf. 9, 1-19; 22, 3-21; 26, 4-23). O leitor médio é talvez tentado a deter-se demasiado nalguns pormenores, como a luz do céu, a queda por terra, a voz que chama, a nova condição de cegueira, a cura e a perda da vista e o jejum. Mas todos estes pormenores referem-se ao centro do acontecimento: Cristo ressuscitado mostra-se como uma luz maravilhosa e fala a Saulo, transforma o seu pensamento e a sua própria vida. O esplendor do Ressuscitado torna-o cego: assim vê-se também exteriormente o que era a sua realidade interior, a sua cegueira em relação à verdade, à luz que é Cristo. E depois o seu "sim" definitivo a Cristo no baptismo volta a abrir os seus olhos, faz com que ele realmente veja.
Na Igreja antiga o baptismo era chamado também "iluminação", porque este sacramento realça, faz ver realmente. O que assim se indica teologicamente, em Paulo realiza-se também fisicamente: curado da sua cegueira interior, vê bem. Portanto, São Paulo foi transformado não por um pensamento mas por um acontecimento, pela presença irresistível do Ressuscitado, da qual nunca poderá sucessivamente duvidar, dado que foi muito forte a evidência do acontecimento, deste encontro. Ele mudou fundamentalmente a vida de Paulo; neste sentido pode e deve falar-se de uma conversão. Este encontro é o centro da narração de São Lucas, o qual é possível que tenha usado uma narração que provavelmente surgiu na comunidade de Damasco. Leva a pensar isto o entusiasmo local dado à presença de Ananias e dos nomes quer do caminho quer do proprietário da casa em que Paulo esteve hospedado (cf. Act 9, 9-11).
O segundo tipo de fontes sobre a conversão é constituído pelas próprias Cartas de São Paulo. Ele nunca falou pormenorizadamente deste acontecimento, talvez porque podia supor que todos conhecessem o essencial desta sua história, todos sabiam que de perseguidor tinha sido transformado em apóstolo fervoroso de Cristo. E isto tinha acontecido não após uma própria reflexão, mas depois de um acontecimento importante, um encontro com o Ressuscitado. Mesmo sem falar dos pormenores, ele menciona diversas vezes este facto importantíssimo, isto é, que também ele é testemunha da ressurreição de Jesus, do qual recebeu imediatamente a revelação, juntamente com a missão de apóstolo. O texto mais claro sobre este ponto encontra-se na sua narração sobre o que constitui o centro da história da salvação: a morte e a ressurreição de Jesus e as aparições às testemunhas (cf. 1 Cor 15). Com palavras da tradição antiga, que também ele recebeu da Igreja de Jerusalém, diz que Jesus morto e crucificado, sepultado e ressuscitado apareceu, depois da ressurreição, primeiro a Cefas, isto é a Pedro, depois aos Doze, depois a quinhentos irmãos que em grande parte naquele tempo ainda viviam, depois a Tiago, e depois a todos os Apóstolos. E a esta narração recebida da tradição acrescenta: "E, em último lugar, apareceu-me também a mim" (1 Cor 15, 8). Assim dá a entender que é este o fundamento do seu apostolado e da sua nova vida. Existem também outros textos nos quais se encontra a mesma coisa: "Por meio de Jesus Cristo recebemos a graça do apostolado" (cf. Rm 1, 5); e ainda: "Não vi eu a Jesus Cristo, Nosso Senhor?" (1 Cor 9, 1), palavras com as quais ele faz alusão a um aspecto que todos conhecem. E finalmente o texto mais difundido lê-se em Gl 1, 15-17: "Mas, quando aprouve a Deus que me reservou desde o seio de minha mãe e me chamou pela Sua graça revelar o Seu Filho em mim, para que O anunciasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue, nem voltei a Jerusalém para ir ter com os que foram Apóstolos antes de mim, mas parti para a Arábia e voltei outra vez a Damasco". Nesta "auto-apologia" ressalta decididamente que também ele é testemunha verdadeira do Ressuscitado, tem uma missão própria que recebeu imediatamente do Ressuscitado.
Assim podemos ver que as duas fontes, os Actos dos Apóstolos e as Cartas de São Paulo, convergem e convêm sob o ponto fundamental: o Ressuscitado falou a Paulo, chamou-o ao apostolado, fez dele um verdadeiro apóstolo, testemunha da ressurreição, com o encargo específico de anunciar o Evangelho aos pagãos, ao mundo greco-romano. E ao mesmo tempo Paulo aprendeu que, apesar da sua relação imediata com o Ressuscitado, ele deve entrar na comunhão da Igreja, deve fazer-se baptizar, deve viver em sintonia com os outros apóstolos. Só nesta comunhão com todos ele poderá ser um verdadeiro apóstolo, como escreve explicitamente na primeira Carta aos Coríntios: "Assim é que pregamos e é assim que vós acreditastes" (15, 11). Há só um anúncio do Ressuscitado, porque Cristo é um só.
Como se vê, em todos estes trechos Paulo nunca interpreta este momento como um facto de conversão. Porquê? Existem muitas hipóteses, mas para mim o motivo é muito evidente. Esta mudança da sua vida, esta transformação de todo o seu ser não foi fruto de um processo psicológico, de uma maturação ou evolução intelectual e moral, mas vem de fora: não foi o fruto do seu pensamento, mas do encontro com Cristo Jesus. Neste sentido não foi simplesmente uma conversão, uma maturação do seu "eu", mas foi morte e ressurreição para ele mesmo: morreu uma sua existência e outra nova nasceu com Cristo Ressuscitado. De nenhum outro modo se pode explicar esta renovação de Paulo. Todas as análises psicológicas não podem esclarecer e resolver o problema. Só o acontecimento, o encontro forte com Cristo, é a chave para compreender o que tinha acontecido: morte e ressurreição, renovação por parte d'Aquele que se tinha mostrado e tinha falado com ele. Neste sentido mais profundo podemos e devemos falar de conversão. Este encontro é uma renovação real que mudou todo os seus parâmetros. Agora pode dizer que o que antes era para ele essencial e fundamental, se tornou agora "esterco"; já não é "lucro", mas perda, porque agora só conta a vida em Cristo.
Contudo não devemos pensar que Paulo assim se tenha fechado num acontecimento cego. É verdade o contrário, porque Cristo Ressuscitado é a luz da verdade, a luz do próprio Deus. Isto alargou o seu coração, tornou-o aberto a todos. Neste momento não perdeu o que havia de bom e verdadeiro na sua vida, na sua herança, mas compreendeu de modo novo a sabedoria, a verdade, a profundidade da lei e dos profetas, e delas se apropriou de modo novo. Ao mesmo tempo, a sua razão abriu-se à sabedoria dos pagãos; tendo-se aberto a Cristo com todo o coração, tornou-se capaz de um diálogo amplo com todos, tornou-se capaz de se fazer tudo em todos. Assim podia ser realmente o apóstolo dos pagãos.
Voltando a nós, perguntamo-nos o que significa isto para nós? Significa que também para nós o cristianismo não é uma nova filosofia ou uma nova moral. Somos cristãos unicamente se encontramos Cristo. Certamente Ele não se mostra a nós deste modo irresistível, luminoso, como fez com Paulo para fazer dele o apóstolo de todas as nações. Mas também nós podemos encontrar Cristo, na leitura da Sagrada Escritura, na oração, na vida litúrgica da Igreja. Podemos tocar o coração de Cristo e sentir que Ele toca o nosso. Só nesta relação pessoal com Cristo, só neste encontro com o Ressuscitado nos tornamos realmente cristãos. E assim abre-se a nossa razão, abre-se toda a sabedoria de Cristo e toda a riqueza da verdade. Portanto rezemos ao Senhor para que nos ilumine, para que nos doe no nosso mundo o encontro com a sua presença: e assim nos conceda uma fé viva, um coração aberto, uma grande caridade para todos, capaz de renovar o mundo.
(Fonte: Diocese do Porto)